Coerência
Sempre o vi como um velho e antigo político, antigo dirigente do PPD, cujas pontuais, raríssimas, intervenções públicas sobre o "estado das coisas" sempre me pareceram acertadas.
Sabia que Emídio Guerreiro tinha sido um activista anti-fascista que (e a palavra é mesmo essa)lutou, com armas, contra os regimes de Salazar, de Franco e de Hitler. Pelo que leio hoje na imprensa, Guerreiro foi, de facto, um verdadeiro democrata, lutador pela liberdade que "angariou" tanques para enfrentar o Estado Novo, signatário de um panfleto que apelava aos portuenses para que recebessem o presidente Carmona "às mãos cheias de merda".
A coerência, a luta pela liberdade e democracia conferiram a Álvaro Cunhal o estatuto de quase "heroi nacional". Facto que levou o governo português a decretar luto nacional no dia do funeral do antigo secretário-geral do PCP, mesmo quando muitos não reconhecem Cunhal como um democrata, lutador pela liberdade.
Então e o Emídio Guerreiro?