Desterrado
Acreditem... não é mau feitio! Há coisas em Lisboa que não fazem sentido, que não combinam com o gene tripeiro.
Dois dias na Latrina Capital não alteraram substancialmente a minha opinião sobre aquela cidade. Contudo, reconheço agora que tem alguns encantos... resta saber onde!
Desloquei-me àquele lugar propositadamente para ver a exposição de Frida Khalo no CCB. É bom, mas trata-se de uma mostra bastante reduzida.
Surpreendente é o facto da quantidade de gente que se desloca ao CCB para vêr Frida Khalo. Serão os liboetas assim tão interessados pelas artes plásticas? Ou será apenas o mediatismo a que a obra da pintora mexicana ficou sujeita nos últimos anos que motiva tal multidão? As minhas dúvidas à entrada do CCB dissiparam-se de imediato. Ou é de mim, ou os lisboetas não estão habituados a vêr exposições... Desde logo contrariam a básica regra de que uma obra de arte é para vêr e não para cheirar. Desconhecem o significado daquela linha habitual no chão das exposições? Ou é necessário colocar a frase "Não Passar Faxavor"? (O faxavor é linguagem lisboeta)
Continuando na saga das coisas incompreensíveis à mente tripeira... eis que, durante um final de tarde em Belém, sugerem-me uma visita a um determinado estabelecimento para saborear os pasteis típicos do local. Os famosos (?) Pasteis de Belém.
Entro no dito estabelecimento e sou confrontado com uma multidão histérica à procura de uma mesa, desesperada por um Pastel de Belém. Ao balcão não param de chover encomendas dos ditos pasteis. Eram filas intermináveis, de largos minutos de espera. Decidi saír, já não estava a suportar tamanha concentração de alfacinhas. Entrei num café ao lado, praticamente vazio... a montra estava repleta dos ditos pasteis. A questão é simples: Que raio de histeria é essa com uns míseros pasteis de nata? Reclamam a tipicidade de um doce numa puta de uma marginal de onde nem sequer é possível vêr a merda do rio? Reclamam a tipicidade de um vulgar pastel de nata acessível no mais foleiro dos tascos da cidade do Porto ou de qualquer ponto do país? Não me fodam... De uma cidade que nem sequer prato típico tem, já nada me surpreende...
Confesso, no entanto, que algo me surpreendeu. Jantei muito bem e fui atenciosamente atendido num restaurante do Bairro Alto.
Os donos do restaurante eram de... Ponte de Lima.
Dois dias na Latrina Capital não alteraram substancialmente a minha opinião sobre aquela cidade. Contudo, reconheço agora que tem alguns encantos... resta saber onde!
Desloquei-me àquele lugar propositadamente para ver a exposição de Frida Khalo no CCB. É bom, mas trata-se de uma mostra bastante reduzida.
Surpreendente é o facto da quantidade de gente que se desloca ao CCB para vêr Frida Khalo. Serão os liboetas assim tão interessados pelas artes plásticas? Ou será apenas o mediatismo a que a obra da pintora mexicana ficou sujeita nos últimos anos que motiva tal multidão? As minhas dúvidas à entrada do CCB dissiparam-se de imediato. Ou é de mim, ou os lisboetas não estão habituados a vêr exposições... Desde logo contrariam a básica regra de que uma obra de arte é para vêr e não para cheirar. Desconhecem o significado daquela linha habitual no chão das exposições? Ou é necessário colocar a frase "Não Passar Faxavor"? (O faxavor é linguagem lisboeta)
Continuando na saga das coisas incompreensíveis à mente tripeira... eis que, durante um final de tarde em Belém, sugerem-me uma visita a um determinado estabelecimento para saborear os pasteis típicos do local. Os famosos (?) Pasteis de Belém.
Entro no dito estabelecimento e sou confrontado com uma multidão histérica à procura de uma mesa, desesperada por um Pastel de Belém. Ao balcão não param de chover encomendas dos ditos pasteis. Eram filas intermináveis, de largos minutos de espera. Decidi saír, já não estava a suportar tamanha concentração de alfacinhas. Entrei num café ao lado, praticamente vazio... a montra estava repleta dos ditos pasteis. A questão é simples: Que raio de histeria é essa com uns míseros pasteis de nata? Reclamam a tipicidade de um doce numa puta de uma marginal de onde nem sequer é possível vêr a merda do rio? Reclamam a tipicidade de um vulgar pastel de nata acessível no mais foleiro dos tascos da cidade do Porto ou de qualquer ponto do país? Não me fodam... De uma cidade que nem sequer prato típico tem, já nada me surpreende...
Confesso, no entanto, que algo me surpreendeu. Jantei muito bem e fui atenciosamente atendido num restaurante do Bairro Alto.
Os donos do restaurante eram de... Ponte de Lima.
19 Comments:
olha, lololololololololol quanto ao ao comportamento nas exposições...Mas não é tão raro quanto isso. Não acho que seja um defeito só lisboeta!
Agora, aqueles pastéis de (nata) Belém, fiquei rendida! A única diferença com os tripeiro é que são acabadinhos de fazer, o que os faz mais saborosos. Até a canela fica lá bem... hummmm
Por acaso não desgosto de Lisboa! aliás, gosto muito... "carago"!!
Oh fodasss... oh slm, também já bebeste água do Tejo?
Se fores a uma pastelaria qualquer do Porto, com fabrico próprio, também podes pedir pasteis de nata acabadinhos de fazer...
fez-me sorrir o teu post :)...de ponde de lima. boa terra, boa gente, boa gastronomia.
bem, estou a ver que foste à nossa amada capital e que andaste por lá sempre de trombas!
acho que te podias ter ido alegrar ao estádio do cestinho de pão, onde uma certa equipa se despediu da luta pelo título!
eu vou ter que provar os ditos pasteis frios, que quentes dão-me um bocado a volta à barriga...
Quais pastéis de Belém qual carapuça. Toda gente sabe que o melhor artigo de pastelaria do universo é a famosa bola de berlim do Manelzinho Natário!
(apeteceu-me ser regionalista...)
Amada? Fodassssssss... mais um que anda a beber água do Tejo!
Oh Barbed... É esse teu lado grunho-radical que me excita...
Eu acho que os pastéis de Belém estavam repletos de parolada do Porto que foi a Lisboa ver a exposição do CCB...
RPS, por acaso perguntaram por ti lá na pastelaria, parece que és um habituée! No CCB é que já não... ;)
Também me quer parecer que toda essa gentinha com quem te cruzaste devia de vir, em excursão, da santa terrinha...com farnel e tudo!
Não deixa de ser triste apenas saber desdenhar a cidade de Lisboa.
Ela tem encanto, e muito. Talvez se te despisses de tamanho ódio infundado, conseguisses que as suas cores, luz, alegria, carisma e vida deleitassem essa vista cega.
Barbed:
Lembra-te que um bairrista extremo é pior que um parvo de um (pastel) lisboeta...
A revolta com os pastéis de nata... O q vale a pena em Lisboa é mesmo a sua luz... ;)
Quê!O caralho do Pingú tb é mourisco?
Eh pá, não sejas assim! Basicamente somos todos a mesma merda!
Mas nessa dos pastéis de nata tens razão, aquela cena não se entende.
Pá, eu vou comentar este post porque eu até gosto muito dos posts deste blog. Não sendo lisboeta, gosto de Lisboa e ainda bem que se construiu o CCB (se bem se lembram da discussão que aquilo foi) e ainda bem que já se pode ir a Lisboa mais depressa e a Lisboa vêm muitas e interessantes exposições. Carago, e a que tu foste ver é imperdível, pese embora eu a tenha perdido. Que bom pá, que tu foste ao CCB, e sabes que Serralves só dá quando faz anos e é um caralho porque ali perto não há pastelaria de Boa Hora que nos valha. Quanto aos pastéis de nata eu até te compreendo: aquilo é uma iguaria, mas ambos sabemos bem quem os faz triliões de vezes mais saborosos, não sabemos? O pessoal vai lá e compra e isso é negócio. O Tejo é bonito e o Douro também e aquela morena que ali passa atrai-me do mesmo modo que me atrai aquela outra loira. Valha-me a tuza, enfim....e olha, gostei deste post, embora o considere não tão bom como o anterior. Para quando uma cena de jeito sobre o Taliban catalão Koeman? Fico á espera.
Eu ia comentar este post, mas arrependi-me. Já vários leitores disseram [vagamente] o que ia escrever.
Um dia que passes por Tomar, não te esqueças de provar as Fatias de Cá. Aquilo é bem melhor que os pasteis de nata! [para quem aprecia doçaria, bem entendido] Não temos exposições da Frida Khalo nem um CC mas temos um dos melhores cafés do mundo [sim, aqui na província ainda "vamos ao café", coisa nas vossas grandes cidades é cada vez mais difícil]: o Café Paraíso.
Adenda: com tanta publicidade que faço ao Café Paraíso, o sacana do P. já me podia oferecer uns cafezitos [e um Bushmills, já agora...].
Moitas cousas hai boas na Lisboa. Porén os Pasteis de Belem son unha delas. Eu non podo ir endexamáis a Lisboa sen xantar algún Pasteis de Belem.
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