terça-feira, novembro 29, 2005

"O que ontem era, amanhã nunca foi"

Mário Soares é uma daquelas individualidades que preenche todos os requisitos para subir ao topo da classificação dos detestáveis. Pelas mais diversas razões. Uma delas é particularmente irritante... o seu discurso que, como bem define um amigo meu, é totalmente oco.
Para além de ser arrogante, o que por si só não é para mim incomodativo (eu aprecio uma certa dose de arrogância, desde que se tenha razões para isso, e Soares não tem), o discurso de Mário Soares para lá de oco é actualmente repetitivo... sobretudo nas críticas quer a Cavaco Silva quer a Manuel Alegre.
Sobre Alegre já se percebeu que Soares é daqueles que não "olha a amigos para atingir os fins".
Quanto a Cavaco Silva é recorrente ouvir Soares dizer que conhecimentos de economia não fazem um bom presidente. Ainda recentemente, Soares foi mais longe ao afirmar que os conhecimentos de Cavaco na área económica são um mito...
O que mais surpreende é o facto de ninguém detectar as contradições no discurso do senhor de provecta idade. Agora repete críticas, mas não é que o mesmo Soares que agora despreza tais conhecimentos económicos já teve opinião bem diferente?
Ora dizia Soares em Abril de 2003 que Cavaco até seria um bom candidato presidencial (para a direita naturalmente). São declarações proferidas à entrada de uma conferência sobre o estado da economia nacional... um encontro promovido pelo próprio Soares. Mais surpreendente é o facto de, na altura, Soares ter justificado o convite a Cavaco Silva pelo que dizia ser as suas reconhecidas qualidades de economista... É algo que podem comprovar neste link... Então agora isso é um mito?
É por estas e por outras que eu não tenho pachorra para este...


Badocha!



sexta-feira, novembro 25, 2005

Teoria da Conspiração...

Quem me conhece sabe que adoro teorias da conspiração.
Delicio-me com interpretações "mirabolantes" de um qualquer acontecimento.
Há quem viva para desenvolver esse tipo de teorias. Não raras vezes, essas teorias surgem de uma interpretação abusiva consciente. Quem defende uma determinada teoria da conspiração parte quase sempre - e sublinho o quase sempre - com a certeza de um pressuposto que, se não é errado, é abusivamente interpretado. Certo é que, como todos sabemos, uma mentira consciente assumida muitas vezes rapidamente se transforma em verdade a defender por todos os meios.
É o que acontece com Frederico Duarte Carvalho. Não o conheço. Aparentemente é jornalista e é autor do blog de post único O Fim da Democracia. É, no fundo, um resumo de um livro de sua autoria - Eu Sei Que Você Sabe - Manual de Instruções Para Teorias da Conspiração.
Duarte Carvalho desenvolve uma teoria sobre a venda de armas ilegal de Portugal ao Irão nos anos oitenta. Diz ele que Portugal foi ponto fulcral no escândalo Irangate.
Duarte Carvalho não apresenta provas concretas, mas desenvolve uma história bem contada, baseada nas notícias e nos factos da altura.



Será que fala verdade?
Será apenas um entre inúmeros tolinhos?
São questões que também não têm resposta, mas que a história é interessante... disso não haja dúvida!
Para perceberem ainda melhor a forma como Frederico Duarte Carvalho vê o mundo que o rodeia visitem outro blog da sua autoria - Para mim tanto faz.

quarta-feira, novembro 23, 2005

Pediram-me novas postas neste blog...

sexta-feira, novembro 18, 2005

Nova entrada no dicionário

Otário - indivíduo que defende, com ardor mas sem argumentos, a construção do Aeroporto da Ota.

quinta-feira, novembro 17, 2005

Votaria em quem? (sim... presidenciais)

Em quem votariam determinadas figuras, neste caso da área da música, mas que em nada estão relacionadas com o nosso país, muito menos por dentro da nossa realidade política?


Quem votaria em Cavaco Silva?


Ian Curtis - Joy Division

Ian Curtis votaria certamente em Cavaco Silva. Porta-voz de uma geração em desespero, Curtis encontraria certamente pontos de identificação no discurso de Cavaco. De resto, de Ian Curtis são conhecidas as suas posições políticas pró "Tories" (partido conservador britânico). Sabe-se agora que, em vida (naturalmente), sempre votou Tatcher.

Quem votaria em Mário Soares?

??????

Quem votaria em Manuel Alegre?


Thurston Moore - Sonic Youth

O autor de "Youth Against Fascism" estudou numa escola de artes. Não deixa contudo de ter uma visão "romântica" do mundo. Votaria em Alegre até mais numa posição de protesto em relação a Mário Soares.

Quem votaria em Jerónimo de Sousa?


Zach de La Rocha - Rage Against the Machine

Fiel aos princípios comunistas. Se vivesse em Portugal Zach seria do PCP. Nas legislativas e autárquicas votaria CDU e nas próximas presidenciais o seu voto iria sem dúvida para Jerónimo.


Quem votaria em Francisco Louçã?


Bob Marley

Só podia... Tá-se bem!

Quem votaria em Garcia Pereira?

James Iha - Smashing Pumpkins

No comments..

O abstencionista

Jim Reid - The Jesus and Mary Chain

Ah... what? Oh no, no... just one cliche after another!

terça-feira, novembro 15, 2005

Break on Through

A propósito de um post do Brolgue Brolguista gerou-se um "quase aceso" debate por causa dos Doors.
Pelo simples facto de uma das freguesas ter dito que não gostava da banda de Jim Morrison, caíu o "charro e a trindade" e criou-se uma certa onda de indignação.
Ora foda-se!

Isto é o que Jim Morrison vos diz! (Chupem)
E o que eu vos digo é que agora (desde há 15 anos) anda por aí uma onda de "ai e o caralho e os Doors... que moca", mas antes do filmezinho de merda do Oliver Stone andava eu com cassetes rafeiras com rafeiras gravações dos Doors e com video-cassetes de Jim Morrison e seus pares e na altura não havia esta paranoia com a dita banda.
Ora foda-se mais uma vez!
Toda a gente anda por aí a falar da importância dos Doors na cena musical e no pensamento pseudo-libertário, mas essa merda só existe desde a merda do filmezinho.
Antes, os "meninos" que hoje se indignam quando se diz mal ou não se gosta dos Doors até desconheciam a banda e, se porventura ouviam, até achavam uma boa merda.
Eu gosto dos Doors mas não lhes reconheço tamanha importância.
Muito menos a importância que alguns lhes dão e que é fruto do marketing gerado em torno do já referido filmezinho!
This is The End!

(I hate that kind of Rock' n' Roll)

Uma excelente reflexão (Arquivos Sturu)

A pólvora foi inventada na China no século IX.
A cocaína foi descoberta na América do Sul há 1200 anos.
"Nasceram" as duas na mesma época.
A cocaína é proíbida. A pólvora não.
Mas qual das duas matou mais gente?

Uma questão pertinente nos Arquivos Sturu... um blog igualmente pertinente.

Dá que pensar!

sábado, novembro 12, 2005

Avenida dos Aliados II

Retomo aqui a questão "Avenida dos Aliados" amplamente debatida neste blog no mês de Abril... Recupero a temática, precisamente no dia em que o assunto é (já foi) alvo de uma reunião pública em jeito de manifestação na Praça da Liberdade.
A minha opinião é conhecida e partilhada por muitos camaradas blogosféricos: a requalificação da Avenida dos Aliados é uma aberração... um crime!



A questão que deve ser levantada agora é a atitude do presidente da cãmara.
Todos se recordam da polémica do Plano de Pormenor das Antas, projecto contra o qual Rui Rio se insurgiu pelo facto de não ter havido discussão pública. E agora? E com a Avenida dos Aliados não há discussão pública porquê?
Assim se vê a coerencia do sr. presidente da cãmara... coerencia ao sabor das vontades!
É caso para dizer: Rui Rio... vai prá puta que te pariu!

quinta-feira, novembro 10, 2005

Muitos levam os blogues (demasiado) a sério

Sou um recém nascido para este mundo da blogosfera. Enquanto "blogger" (não sei se esta será a expressão correcta para definir um gajo que tem um blog) existo apenas desde Março de 2005.



Oito meses é contudo tempo suficiente para nos apercebermos de determinadas situações em torno dos blogues. Um blog, na sua origem, é um espaço de reflexão sobre um qualquer assunto, aberto, ou não, ao debate. Desde há oito meses que as conversas com amigos de longa data passaram, invariavelmente, a abordar as temáticas expostas nos ditos blogues e consequentes comentários.
A falta de inspiração, a falta de pachorra ou a simples vontade de abordar um determinado tema de uma forma diferente (mais irónica, mais cómica, mais provocadora) não se traduzem necessariamente na verdadeira opinião de quem "posta" ou comenta. Certo é que, não raras vezes, é esse tipo de textos que mais reacções suscita. Tal facto leva-me a crêr que há quem leve os blogues demasiado a sério.

- Será porque as pessoas não têm sentido de humor?
- Será porque acreditam em tudo o que surge?
- Será porque tentam através da blogosfera "criar" uma nova personalidade?
- Será porque tentam esconder a sua própria personalidade?
- Será porque encontram na blogosfera um local de absurda competição intelectual?
- Será porque só à distância têm coragem de dizer a outro o que poderiam dizer cara a cara?
- Será porque esta merda é um chat sofisticado?

Serão perguntas que aguardam respostas?

Ainda não é possível

Ainda não é possível retomar o Virtualmente Irreal Top!

quarta-feira, novembro 09, 2005

A frase do ano

"Co Adrianse é a prova viva de que a Holanda foi longe demais na legalização de algumas drogas"

terça-feira, novembro 08, 2005

Um foragido à justiça pode assumir a presidência da Libéria

O homem que hoje concorre na segunda volta das presidenciais da Libéria e que pode assumir o cargo de Chefe de Estado daquele país tem um processo que se arrasta nos tribunais portugueses há dez anos.
Em 1995, George Weah, então futebolista do AC Milan, agrediu violentamente Jorge Costa no final de um jogo a contar para a Liga dos Campeões e que opôs, no estádio das Antas, o FC Porto à equipa italiana.
Com o nariz fracturado, depois de tão bárbara agressão, Jorge Costa moveu um processo contra o agora candidato à presidência da Libéria, um processo até ao momento sem qualquer efeito. Tal situação deve-se ao simples facto do cidadão liberiano George Weah fugir constantemente às notificações para que responda em tribunal pelo seus actos. Tal situação deve-se ainda ao facto das autoridades nacionais, judiciais e sobretudo desportivas, terem permitido uma rápida passagem do jogador por Portugal, poucos dias depois do incidente e para, imaginem, receber um prémio fair-play da UEFA. Weah chegou e saíu com total cobertura das autoridades.
Esperemos agora que o advogado de Jorge Costa interponha uma providência cautelar contra o sr. Weah. Se ele ganhar as eleições na Libéria e se eventualmente se decidir por uma visita oficial a Portugal, seria interessante, sem dúvida, vêr o indivíduo a ser enjaulado mal pisasse solo nacional, mesmo sendo um Chefe de Estado.
Esperemos que a justiça funcione!


Weah ameaça Jorge Costa durante o jogo das Antas.
A agressão deu-se no fim do jogo, no túnel de acesso aos balneários

domingo, novembro 06, 2005

Vegetable Man

In yellow shoes I get the blues
Though I walk the streets with my plastic feet
With my blue velvet trousers, make me feel pink
There's a kind of stink about blue velvet trousers
In my paisley shirt I look a jerk
And my turquoise waistcoat is quite out of sight
But oh oh my haircut looks so bad
Vegetable man how are you?

So I've changed my dear, and I find my knees,
And I covered them up with the latest cut,
And my pants and socks all point in a box,
They don't make long of my nylon socks,
The watch, black watch
My watch with a black face
And a big pin, a little hole, And all the lot is what I got,
It's what I wear, it's what you see,
It must be me, it's what I am,
Vegetable man.

I've been looking all over the place for a place for me,
But it ain't anywhere, it just ain't anywhere.

Vegetable man, vegetable man,
He's the kind of person, you just gonna see him if you can,
Vegetable man.

quinta-feira, novembro 03, 2005

Um presidente a sério

A uma rápida leitura do jornal brasileiro O Globo, não me escapou um artigo sobre as posições assumidas pelo presidente da Venezuela, Hugo Chavez, na véspera da IV Cimeira da Cúpula das Américas.
Reforço a minha opinião, Chavez é um presidente a sério:

Chávez mandou a Bush um recado ao dizer que terá uma reação imediata se o presidente americano questionar a democracia em seu país:

— Se Bush tiver a idéia de dizer isso (que não sou um democrata), terá uma resposta imediata, porque este povo não aceitará ser atropelado nem pelo tirano mais tirano do mundo.

O polêmico presidente venezuelano também afirmou que vai interromper o discurso de Bush durante a cerimônia de encerramento da cúpula no próximo sábado sempre que discordar da opinião do colega americano.

— Se ele vier propor Alca e livre comércio, vai ter uma resposta contundente e um convite ao debate — disse Chávez, que, na semana passada, afirmou que viria a Mar del Plata para “mandar a Alca ao caralho”.



Hugo Chavez


Presidentes destes nunca teremos... infelizmente

quarta-feira, novembro 02, 2005

Foi você?



Foi você que pediu o inferno da Luz?

Aristóteles e o Amor!

(Nota prévia: este post não é uma "chuchadeira" nem pretende recriar pensamentos de gajos que têm blogues de gajas)

Diz Aristóteles que "o amor é o sentimento dos seres imperfeitos, posto que a função do amor é levar o ser humano à perfeição". Acrescenta o filósofo grego que "ama-se mais o que se conquistou com esforço" e remata que "o amor é o estado em que melhor as pessoas vêem as coisas como realmente elas são."
Como poderemos então entender o amor na visão aristotélica das coisas?
Sou um leigo em pensamento filosófico, logo não poderei aqui desenvolver o tema "Amor" sob a capa da doutrina de Aristóteles:

Para Aristóteles, existem quatro causas implicadas na existência de algo:
A causa material (aquilo do qual é feita alguma coisa, como o vidro, por exemplo)
A causa formal (a coisa mesma, como um copo de vidro);
A causa motora (aquilo que dá origem ao processo em que a coisa surge, como as mãos de quem trabalha o vidro, por exemplo);
A causa final (aquilo para o qual a coisa é feita, como beber um copo de vodka, por exemplo).

Aristóteles distingue, também, a essência e os acidentes em alguma coisa.
A essência é algo sem o qual aquilo não pode ser o que é... é o que dá identidade a um ser.
O acidente é algo que pode ser inerente ou não ao ser, mas que, mesmo assim, não descaracteriza o ser por sua falta (a dimensão de uma bebedeira, por exemplo, é um acidente, pois uma grande bebedeira não deixará de o ser pela sua dimensão).




Como poderemos então explicar o Amor à luz do pensamento de Aristóteles? Talvez um especialista nos possa explicar!
Há contudo uma questão que se impõe: Porque razão esqueceu Aristóteles uma das máximas do seu professor Platão?:

"Amor: uma grave doença mental."