segunda-feira, outubro 31, 2005

Despilfarro sonoro!

Interdito a tímpanos comerciais e abichanados.
Propício à criação de zumbidos no cérebro durante dias.
No XL dos Carvalhos!



Cuida-te!

Cidade Baixa

Brevemente mais um filme que certamente irá comprovar que o audiovisual brasileiro é do melhor que se faz por aí.
Cidade Baixa de Sérgio Machado, é a história de um triângulo amoroso entre dois amigos e uma stripper.
Desenrola-se na cidade de Salvador da Bahia e não deixa de mostrar os problemas de uma região que, afinal, não é só felicidade, espíritos e "axés"!

Confiram no site oficial.

quinta-feira, outubro 27, 2005

A pandemia do pandemónio, versão Tuga-Light!

Numa altura em que a humanidade vive a "Pandemia do Pandemónio" ou a "Tournée Mundial do fim do Mundo" (o cartaz é extenso e diversificado: Gripe das Aves, Furacões, Terramotos, Tsunamis, Nitrofuranos, Atentados, Vacas Loucas, SIDA, SLB campeão, etc.) já tardava o verdadeiro "tuguismo" nesta matéria.
Cumprindo a tradição secular de importar as modas exteriores, há que "aportuguesar" as tendências além-fronteiras e criar a "mui lusa pândega do medo". Para isso nada melhor do que reavivar a memória(?) da maior catástrofe natural que assolou o território nacional: o terramoto de 1 de Novembro de 1755 em Lisboa.
Julgo não estar enganado ao dizer que no 200º aniversário do sismo, em 1955, nada de muito relevante foi idealizado para assinalar a data. Ora em 2005, o ano da "pandemia do pandemónio", proliferam as mais diversas iniciativas:

- O Patriarcado de Lisboa anuncia que na próxima terça-feira os sinos das igrejas vão tocar às 09:30. Aguardemos pois pela chinfrineira.

- Nas livrarias assiste-se a uma histérica edição de livros sobre o terramoto. Talvez me dê ao trabalho de lêr. Pelo menos um... depende do ponto de vista do autor.

- A Faculdade de Letras de Lisboa reuniu diverso material para um colóquio sobre o assunto.

Temos assim diversos ingredientes para um cocktail capaz de criar medos que nunca existiram. E a "pândega" estender-se-á certamente a todo o país... talvez à excepção de uma região.
Nem quero imaginar como será em Agosto de 2008, altura em que se assinalará os vintes anos do incêndio do Chiado.



Certamente todos celebr... assinalaremos essa data também!

terça-feira, outubro 25, 2005

The "Londonstories" - Part One


London - Black Leather and Alchool!

Este é um texto sobre cultos e paixões. Quem estava à espera de um guia de Londres... pode saír!

Faltavam poucos minutos para as sete da noite. Na "Britânia" é a hora para a abertura das "hostilidades". À porta do The Legion (bar que demorou algumas horas a ser localizado por entre as escuras ruas da capital britânica) ouço um som familiar... uma forma de tocar guitarra inconfundível, até de quem não tem muito jeito para aquilo, e uma inquebrável insistência no acorde de ré maior. Através do vidro da porta de entrada observo, ao fundo, Jim Reid em pleno "sound check" acompanhado de Phil King, antigo baixista dos Lush.
Lá fora, apesar do frio, formava-se uma fila de dezenas e dezenas de impacientes fãs ou simples curiosos. À minha frente apenas um casal com aspecto duvidoso. Mais atrás três "britgirls" que acabavam de travar conhecimento entre si. Por entre vários temas de conversa que, inevitavelmente, os meus ouvidos captaram (não são só as espanholas que falam alto), ouço com "very british accent" um "I love Jim Reid"... ok - pensei - este pessoal anda todo ao mesmo e ainda bem!
A comprovar que a pontualidade britânica é falível, passavam já vários minutos das sete da noite(hora marcada para o início do evento) e a porta permanecia fechada.



Entretanto, no hall de entrada, atrás da porta de vidro, surge uma figura que prende todas as atenções: Jim Reid, mais velho do que nas fotos que ao longo dos anos me habituei a gastar com o olhar, com uma pose mais soft, um visual mais sóbrio, com óculos e... a falar ao telemóvel. Alguns minutos volvidos e a porta abre-se. Do bar sai Jim Reid que passa bem perto da multidão que entretanto se tinha aglomerado à porta. Passou com a sua "fuck you atitude", como um simples mortal (que sempre foi) e como se não fosse a figura da noite (viria a ser, de facto, por variadíssimas razões).
Finalmente a porta abriu, definitivamente, e o povo impaciente lá pôde entrar.



The Legion é um bar estreito, comprido e mal iluminado. Ao fundo, no palco improvisado nada havia que identificasse a proximidade de um concerto do ex-vocalista dos Jesus and Mary Chain. Na parede ao lado, junto ao DJ, duas fotocópias aumentadas de um retrato de John Peel, o maior divulgador da história da rádio (faleceu há um ano). De repente alguém se encarrega de trazer uns balões com umas fitas prateadas. Dezenas de balões colados ao tecto. Que merda é esta? - pensei eu - paguei 5£ para entrar numa festinha de garagem?
Uma rápida consulta pela tabela de preços foi suficiente para perceber que a noite não dava para extravagâncias. Um eventual spot do evento até poderia ser "Veja Jim Reid ao vivo pelo preço de um fino"!
Lentamente o bar ìa enchendo. Com uma lotação oficial de 285 pessoas, por aquele espaço naquela noite, terá passado quase meio milhar... não é brincadeira. Lá dentro, o calor apertava e provar o refresco alcoólico inglês a que eles chamam "beer" foi inevitável.
O som que parecia destruír as colunas era o ideal. Indie Rock de guitarra encostada ao amplificador, ritmos simples, aceleração quanto baste... poeira sónica imprópria para tímpanos habituados aos tops comerciais.



Por entre os "indiemaniacs" era visível muito "leather jacket" dos bons velhos tempos. Eis que de repente um me dá um encontrão. Situação que motivou uma simples e portuguesa reacção: és um bom filho da puta! O rapaz, que naturalmente não entendeu a lusa agressão verbal, lá seguiu, indiferente, o seu caminho. Enquanto isto, atrás do palco onde tardavam os protagonistas da noite, um ecrã transmitia por ordem cronológica os videos do Jesus and Mary Chain. Tudo estava perfeito!
Cigarro atrás de cigarro seguido de pequenas incursões na Stella (é o nome do refresco alcoólico inglês) surgem no palco os Morning After Girls, a primeira banda da noite. Surpresa das surpresas, um dos vocalistas é o fulano que me havia dado o encontrão. Fixe... já o insultei.
Morning After Girls é uma excelente banda australiana de que falarei futuramente neste blog.
Terminada a enérgica actuação dos australianos com um "enjoy Mr. Jim Reid", a ansiedade entre os inúmeros "indie & marychainmaniacs" subia de tom.
Muitos algomeraram-se furiosamente à frente, outros subiram para um sofá cujo fim de prazo de validade estava próximo. O tom negro das roupas e alguns penteados versão "80's - vinte anos depois" imperavam entre o público quando um burburinho à porta chama a atenção.



Por entre o povo surge Jim Reid. O longo e aparentemente penoso trajecto até ao palco foi acompanhado de centenas de olhares de deslumbre, surpresa e sei lá mais o quê. Bem à minha frente um alcoolizado anónimo britânico agarra Jim pelos ombros que, por sua vez, se desequilibra. Só não se estatelou no chão porque a multidão à volta impediu. Mais uns longos segundos e o "brotherzinho" lá subiu ao palco... a muito custo diga-se!
De Gibson nas mãos, acompanhado por um gigante guitarrista com ar "rebarbado" e por Phil King no baixo, Jim interpreta um tema para mim desconhecido mas que muitos também vocalizavam. O som não estava famoso mas o ambiente era irrepreensível.
Ao segundo tema, "Back on the Water" (esse sim já conhecia), percebeu-se que esse "regresso à água" era já demasiado tarde. "I'm back on the water, but the sun doesn't shine", e não podia... nem o sol nem o Jim Reid, tal era a carga etílica.
- "Stop, stop"! O grito imperativo do escocês impediu a continuidade do despilfarro sonoro. Palmas emocionadas...
- "Guitar, guitar... Guitar, guitar! Atribuír culpas à guitarra é fácil... Uma nova guitarra surge nas mãos do já embaraçado escocês. Os acordes seguintes soam ainda pior. Mais palmas!
- "Oh fuck you Elvis!"A conclusão é simples. O alegado inventor do rock'n'roll é o culpado da figurinha que Jim está a fazer em palco. Se o rock não tivesse sido inventado ele não estaria ali.
- "You're fuckin' patient!" - Mas alguém está incomodado com alguma coisa? Jim parece não perceber o aplauso vibrante e sai do palco. Ninguém arreda pé. Jim regressa após dois minutos de intenso feedback proporcionado pelo guitarrista "rebarbado"! Há uma nova tentativa. A voz de Jim Reid é intercalada por fortes gargalhadas do próprio. Mais uma paragem.
- "Come on! One on my own!". Os outros dois músicos são expulsos do palco e Jim toca sozinho um tema de Keith Moon. O ultra-embriagado escocês despede-se com um vago:
-"One thing I would like to say is... John Peel man, John Peel! I loved him"!
Duas músicas e dois meios temas. Assim se resume o concerto de Jim Reid no The Legion em Londres.



"Who wants to ear another song from Mr. Jim Reid?" ouve-se nas colunas. Toda a gente... mas alguém sabe onde ele está? Não. Um dos organizadores do evento sobe ao palco, apodera-se de uma das guitarras e toca Never Understand dos Jesus and Mary Chain. O público vibra com aquele recado a Jim Reid, aquele que nunca percebeu que por mais fodido que esteja ninguém ficará melindrado.
A distorção voltou às colunas, a festa continuou, o moche começou. Ninguém estava aborrecido...
I love Rock'nRoll!


Nota: o evento a que me refiro neste post foi o John Peel Day. Uma homenagem ao locutor da BBC que faleceu há um ano e que foi o grande impulsionador e divulgador do rock alternativo, e não só, britânico.

sexta-feira, outubro 21, 2005

Já tenho candidato



GARCIA PEREIRA A PRESIDENTE

Um candidato com um discurso fracturante. Defende que se impõe ao próximo Presidente da República a decisão de dissolver o Parlamento e convocar novas eleições legislativas.
O motivo é forte e convincente: o partido que sustenta o governo prometeu inverter o estado das coisas, mentiu ao eleitorado e alinha pelas políticas do anterior governo.
Gosto de candidatos que não são politicamente correctos.

Força Garcia, abaixo o golpe na democracia!

quinta-feira, outubro 20, 2005

Virtualmente Irreal Top (o melhor das quintas-feiras)

quarta-feira, outubro 19, 2005

Pronto...

Voltei, voltei... mas estou sem inspiração!

quarta-feira, outubro 12, 2005

Até um destes dias...

Companheiros blogosféricos, aqui vou eu a caminho de


Londres

Por lá estarei quatro dias para conhecer a cidade e para vêr este senhor


Jim Reid

Espero trazer muitas "londonstories" para contar no regresso... se regressar!
Até mais!

segunda-feira, outubro 10, 2005

...

sexta-feira, outubro 07, 2005

Novo vício

Estou tramado com isto:





Bom fim de semana!

quinta-feira, outubro 06, 2005

Nem virtual nem irreal, a realidade é que desta vez não há top para ninguém

ESCLARECIMENTO


Por motivos alheios não é possível mostrar o habitual Virtualmente Irreal Top. Pelo facto apresento as minhas sinceras desculpas apesar de não ser o responsável.
A única coisa que tenho a dizer é que a culpa é de um tal FTP Global Scape que, para além de ter um nome cujas três primeiras letras deixam entender que é um bom filho da puta, escapou globalmente do meu computador.

Ora foda-se!!!

De inversão em inversão até à subversão final - "Rais ta foda" Sampaio!

Imbecil
Estúpido
Burro
Pateta
Atrasado mental
Incapaz
Obtuso
Parvo
Lerdo
Néscio
Oco
Medroso
Triste
Medíocre
Palerma... e tantos outros adjectivos serviriam para classificar Jorge Sampaio.

O imbecil Presidente da República Portuguesa, na última celebração do 5 de Outubro, enquanto Chefe de Estado, não deixou os seus créditos por mãos alheias e, mais uma vez, revelou toda a sua estupidez.
Ora, diz Sampaio estar preocupado com o actual momento que o país atravessa, com o descrédito da população para com os políticos, instituições etc. A mensagem era simples: perante o actual momento, o regime democrático está em crise. Concordemos então com Jorge Sampaio.
Para enfrentar problemas há que encontrar soluções.
Eis que Sampaio, num já tradicional rasgo de imbecilidade, propõe a alteração da lei para combater a corrupção e para regenerar o sistema político:

Inversão do ónus da prova!

Quer isto dizer que, a partir de agora, quem enriquece terá de passar a explicar como conseguiu ganhar dinheiro.
Ou seja, para Sampaio quem tem dinheiro é suspeito, à partida é criminoso.
Criminoso é aquele que pretende destruir um dos pilares do Estado de Direito: a presunção de inocência até prova em contrário. Isto sim, põe em causa a democracia.
Há é que reforçar os meios de investigação mas, como sempre, a imbecil classe política nacional vai pelo caminho mais fácil e mais estúpido, descartando responsabilidades.
É caso para dizer - "Rais ta foda Sampaio!"




Reproduzo aqui um texto de um tal Pacheco Pereira, intelectual da treta, que por vezes diz coisas acertadas:

...é a erosão de direitos fundamentais que se está a dar a pretexto da luta contra a corrupção e a evasão fiscal, contida em propostas como a que o Presidente da República fez hoje sobre a inversão do ónus da prova. Empurrado pelo populismo, pela visão jacobina e socializante, procura-se, com a diminuição de direitos fundamentais, esconder a incapacidade de ter um sistema eficaz de combate à criminalidade e à evasão fiscal. Muito, muito preocupante.

terça-feira, outubro 04, 2005

Há já muito tempo que, na telefonia, a música se tornou insuportável!

Chegou ao fim. A Voxx foi silenciada.
Saudade, eclipse, tristeza, são algumas das palavras encontradas aqui e ali... um pouco por toda a blogosfera, para definir o momento.
Não vou escrever sobre o fim da Voxx, não vou recordar os melhores momentos de uma grande rádio feita para uma imensa minoria (seria assim?). Também teria que falar da XFM que marcou a década de 90.
A questão central aqui é o conceito rádio.



Hoje, a rádio já não mostra, não divulga, não inova, já não dá pérolas. Limita-se a dar a merda a que os "porcos" estão habituados. É esse o papel da rádio? Porque acabou o conceito de programa com tema específico, sobre o estilo de música y ou x? Porque é que a mesma música passa às 8.35, às 14.10 e às 21.15?
À excepção do Indiegente de Nuno Calado, na Antena 3, ou de A Hora do Lobo de António Sérgio, na Best Rock, a rádio portuguesa é um deserto... de qualidade musical e também de ideias.
Para mim a rádio não deve fazer vontades, não deve estupidificar, não deve ser um complemento das discográficas. Deve ser polo de criatividade e novidade. Enfim deve ser... Rádio!
Nem sei porque escrevo sobre este tema... afinal eu não percebo nada disto!



PS - Véspera de feriado e não fui ao Mercedes... Fodasss!

segunda-feira, outubro 03, 2005

Eclipse

A conclusão a que se chega é que tudo isto teria sido muito interessante...



...se o país não vivesse nas trevas, como há muito tempo vive!

sábado, outubro 01, 2005

Ainda a propósito dos arruaceiros

Por causa deste post, do Fado Falado, gerou-se a polémica e discussão no "tasco da vila", na última noite.
Este post serve para reafirmar a minha posição de concordância com o dito post da autoria de RPS.
O sistema democrático não se coaduna com este tipo de comportamentos, quer do povo, quer da comunicação social. A agressão a um político, seja de direita ou de esquerda é inqualificável, tal como é inqualificável que "certa comunicação social" tente justificar aquilo que não tem justificação. Pior é quando essa comunicação social só tenta justificar, e considerar "normais", determinados comportamentos do povo em determinadas situações e, por outro lado, em situações idênticas, mas com outros protagonistas, mostre a sua indignação. Isto sim, é ser arruaceiro...

Um abraço democrático!